A Estatística é uma disciplina muito volátil. Isto porque, se eu comer dois frangos assados e o caro leitor não comer nenhum, a média diz-nos que comemos um cada um. Em todo o caso, eu estarei à beira de uma valente dor de barriga e o caro leitor ainda estará com fome.
Vem isto a propósito dos dados da sinistralidade em Portugal, revelados recentemente pela ANSR, relativos ao período compreendido entre os dias 1 e 21 de Março, em que são enumeradas as quantidades de vítimas de acidentes de viação em Portugal. Mas a ANSR esqueceu-se de acrescentar a estes dados um valor importantíssimo: os de quantos acidentes tiveram lugar neste período. E isso é fundamental.
É claro que são boas notícias verem o número de vítimas descer em todas as frentes face ao passado ano, mas, sem termos a certeza de quantos foram os acidentes, ficamos sem saber a que se deve esta descida no número de vítimas, até porque a existência de 10 feridos num universo de 1000 acidentes é um cenário completamente diferente da existência de 10 feridos num universo de 100 acidentes.
Por mim, que sou um otimista, acredito que esta descida se deve ao facto de os portugueses se terem tornado pessoas mais ponderadas na estrada, que cedem passagem nos cruzamentos, que obedecem aos sinais e que respeitam os limites de velocidade (até porque, ao preço que estão os combustíveis, há que tratar o pedal da direita com suavidade). Não acho que a visível falta de veículos a circular nas estradas tenha nada que ver com isto... Nem os avanços nos sistemas de segurança que (também felizmente) estão presentes em cada vez mais automóveis.
Mas isso sou eu, que sou um otimista...
José Macário
http://www.automotor.xl.pt/Not%C3%ADcias/DetalheNoticia/tabid/118/itemId/10941/Default.aspx
Sem comentários:
Enviar um comentário